15 de maio de 2016



Levantei primeiro e meu corpo quis ficar. éramos duas. Divididas em partes desiguais. Olhei para mim mesma. O que fui era só um corpo. Molhado. Afogado. Olhou-me para mim. Pura matéria. Via sem olhar. Éramos duas. Eu, fluidez. E eu, solidez. Eu, liberdade. E eu, prisão. Eu, de asas. E eu, de casas. Tivera cor antes. Agora via um quinto... ou menos... do que sou. Via um pouquinho de mim. Demo-nos as mãos. Eu e mim mesma. Com carinho, voltei a dormir. E assim permaneço agora. Na matéria da ilusão. Na ignorância de não me lembrar de todo o resto de mim, que se perde em não ser. Fico na espera de me ter novamente, enquanto não sou. Ficam no armário tantas das ilusões das memórias das antigas das paixões das perdas dos precipícios da amnésia inundada de um mar que me arranca os sentidos e me prende em não me desvendar. Afogo-me nas não-respostas.


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