3 de fevereiro de 2015

MUITO OUSADO?

     Uma pequena nuvem de pássaros questionadores da  nova geração tem repensado suas prioridades no mundo e eu me orgulho por fazer parte dela. Aos pouquinhos tenho conseguido me desarraigar de valores antigos que me afastavam do ideal de uma vida simples e livre das grandes utopias ostentatórias.  E você?
     As preocupações atuais estão cada vez mais voltadas para a questão ambiental. Ou pelo menos é o que se espera! O enfoque de hoje está na natureza e em um mais consciente aproveitamento dela, por isso, todos nós, em termos de nos atualizar, podemos experimentar, quem sabe, seguir adiante com o simples conceito de gastar o mínimo possível para trabalhar pouco, tendo então mais tempo livre para aproveitar a vida e o que de melhor ela tem. Muito ousado? Que nada! A economia de uma nação não precisaria de metas megalomaníacas se começássemos a redistribuir a renda. Ter mais do que o outro não te faz melhor, acredite, essa é a grande mentira do sistema. 
     Por falar em liberdade e em mudança, Paulo Freire, o mestre da pedagogia libertadora já dizia "Mudar é difícil, mas é possível". Essas palavras em mim ecoam de maneira urgente.
     A tal reflexão em torno de mudanças, nos aproxima de um caminho evolutivo onde se busca valores adversos aos materiais e nos impulsiona a restaurar nossa grande casa, o planeta-mãe, que está quase sem teto e cheio de infiltrações. É necessário que se repense com mais consciência a respeito do destino do dinheiro, visto que vários de nossos irmãos, que vivem nessa nossa casa-planeta, nem moradia têm. Esse problema já tomou proporções devastadoras tanto no mundo quanto dentro de mim... Por isso já não tenho mais coração para pensar no azulejo do banheiro que está caindo, visto que o precipício humano é consideravelmente maior. 
     Podemos, e devemos, cada vez mais nos aproximar de uma efetiva cultura anticapitalista (ou de uma participação mais consciente nesse sistema de governo) onde utilizaremos dinheiro somente com o que é realmente necessário, atitude que nos torna livres; porém, sem radicalismos que nos façam displicentes à necessidades básicas. Liberdade e responsabilidade podem, e devem, trafegar juntas. 
     Espero que logo logo toda a raça humana desenvolva a noção de que qualquer enfeite a mais, qualquer futilidade, qualquer aquisição além do básico é incoerente com a situação atual da raça humana e do nosso planeta; de que as alegrias do consumo são oriundas de uma ilusão criada pela mídia, a porta voz do sistema capitalista.    

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