22 de julho de 2009

eu te amo, amor, te amo torto, te amo tanto

ELE impunha sua personalidade, traçava uma linha e antes de assinar, sem a mínima insegurança, punha um ponto no final. Impunha seu documento, sua assinatura, deixando nELA sua marca. Entrava com passos esmagantes por ELA e pela sua porta, fazendo o que bem quisesse, no tempo que bem queria, com a inocente desculpa de que era ELE a felicidade dELA. A felicidade materializada dELA, sem tirar nem por.
Eram dELE as melhores idéias do que fazer com o tempo dos dois que já não era mais o tempo dELA. Nada mais ali era dELA. As paredes se curvavam e o que havia de vermelho, como o sofá, perdia o tom sangue para exibir um simples rubor com a sua chegada.

(continua)

ELE impunha sua desenfreada necessidade de fazer o que bem entendesse. Os planos, colocava-os nas cores que quisesse e chamava-os futuro. Ele impunha um ponto no passado como se nada mais existisse perante sua presença insistente. Como se os dois nascessem de novo e escorassem suas covardias até aprender andar novamente. Quanto amor fora de hora, quanta urgência! Felicidade transbordante que bate a porta, seu nome não é mais inocência. Chuvas que vêm sem avisar, inundam o peito e ainda cobram brotar. Jardim despreparado é o nome DELA

(continua)

Minhas horas mortas são suas. Esse meu ócio é todo seu. Você é o meu quanto cheio, meu quando. Pedaço de mim, parcela do que não pude ser, homem. Minha liberdade, parcela de arte. Minha força bruta. Minha lembrança, minha falta de memória. Minha parcela árvore, te fertilizo hoje e amanhã só paixão. Brutalidade de amar na mistura dos seres.

(continua)

Brutalidade de amar. Sempre. vida de Grandes amores. Inspiração. Coração que bate mais que os outros. E fez-se a espera. Quando não pôde mais tornou-se aberta, flor feminina. Quando não pôde mais, fez-se outra, a de antes. E fez-se a espera, que era dELA, até que, lúcida sobre a felicidade impossível, invisível, tornou-se flor e, sem moral nem pudor, desabrochou.

(de endi, sim, é o fim)

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