30 de junho de 2009

OFF, a campanha

Um brinde ao poder do ar condicionado
Um brinde à frieza das capitais
O que me resta é a embriaguês do pão com manteiga nos ponteiros do intervalo.
"Sou adepto a tudo que me ali-mente e que não me arranque os olhos" Ele suspirou aprisionado.
Um brinde a gravata bem arrumada
Um brinde ao esquecimento
Um brinde à fome
Ao enevoamento dela.
Brindemos ao sol que ainda brilha e nos queima a pele pelas verdinhas que nos rendem o buraco.
O que me resta é a embriaguês de ser apolítica, sobrenatural e anormal.
O que me resta é a embriaguês.
Um brinde ao poder gélido e fálico do dinheiro e do paralelo
Um brinde ao ON
Um brinde ao OFF
O que me resta é a embriaguês de fechar os olhos e esquecer o domínio dos satélites.
Um brinde ao exílio de 3 meses pelas verdinhas e o buraco no peito.
O que me resta é a embriaguês de ser um pedaço do mundo.
Um brinde ao armário de cozinha e àquele espaçozinho que me cabe entre a panela e a pressão.
Um brinde ao noticiário da televisão.
O que me resta é o botão e a embriaguês de um creme de não definhamento para área dos olhos e mãos.

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