30 de abril de 2009

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Mulher sem pecados. Assim sem defeitos, sem ódio algum, sem prisma de mistérios oriuno do profundo ou da superfície da pele branca, quase clara de alvura ou pretidão que sempre há no interior das células de quem é mestiça no mundo do impuro, misturado, segregado, púrpuro, mate com limão. Desagrado. Fé. Mente. Desmente. Ela sente a ferro e fogo a vontade de chorar e ser frágil na sua brancura de alma, afeto lunar, astral, imperceptível ou quase nunca. Quis ir embora dalí. Fugir. Sentia frio. O que é uma mulher com frio? Fragilidade ou força negada? Perguntas. Gostava do selvagem. Homem das cavernas do futuro. Mente a frente. Medo de ser, já sendo. Domínio de sí. À parte e sempre. Cheiro, suavidade. Poema sem sentido, sua vida de busca. "É bacana ter uma calça dessa no armário". Resolveu comprar. Alimentar-se do nada. Cheiro de novo. Prazer. Inspiração. Telefonara-lhe o homem das cavernas. Celular. Cutâneo. Prisma de mistérios. Luz. Paciência. crescimento. Queria seu cheiro. E só. Em nada mais lhe acrescentava. Sentia-se completa. Sem vazios a serem preenchidos. Medo da morte? Nenhum. Medo do escuro. Busca algo que lhe controle a ansiedade de sentimentos apressados num túnel engarrafado e abafado. Algo que segure o tempo. A segure no tempo do ainda não possível, cheio de possibilidades esperando uma mão que as prenda e as faça vida e ponto. Ponto de ebulição num só ser. Prazer de existir e respirar. Prazer da escolha. Do abrir mão. Da decisão. Faz parte do seu egoísmo. De não dividir seu tempo, só dela, com mais ninguém.

Um comentário:

  1. Em prol do egoísmo sadio
    E ciente de ser um indivíduo
    Sob a fatalidade do livre-arbítrio
    Sussurrando ao pé do ouvido.

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