28 de abril de 2009

Farrapos de amor


Quando pôs-se de casa pra fora, de mim pra rua, quando foi-se... levou consigo tudo de mais colorido que havia em mim e no quadro que haveria ainda de terminar a pintura. Quando foi-se, pedaços, farrapos de amor, levou consigo a inspiração enevoada de arco-íris pra deixar aquela de reconhecimento, de cortinas abertas, de definidos sentimentos.
Hoje sento-me aqui e espero. Quando a campainha tocar, e ele entrar, quando o café sair e o cigarro apagar, quando eu dormir e ele acordar... Ah... quando seu gosto se fizer tão próximo e quase vivo de mim, de nós, no momento que me amoleço de rir, no que me sinto fraca ou quase sem a força de respostas inteiras ou fatiadas para perguntas ressacadas, é nesse quando doído que eu refaço cada adeus até não mais conseguir me despedir. As palavras, elas são em francês, saem da boca e arrepiam cada um dos ouvidos que, de tanto ouvirem zunidos agudos, fazem-se surdos.

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