6 de agosto de 2008

Camille Vendaval Vai ao Mercado, Na Niqueleira Vários Coraçõeszinhos De Papel Camurça



(coloca a mão dele em seu coração) Ta sentindo? Com você eu me sinto como uma onda imensa que vai te afogar... O que sinto por você não vem em conta gotas não. É enchente. Vendaval. Furacão e o escarcéu. É essa coisa doida que sai devastando a gente... Essa coisa que desorienta, desnorteia... Você é febre... Você é um gosto que não sai da boca... É câncer, câncer bom, que toma o corpo todo, que não tem cura... Um câncer lindo...Você é lindo... Com seus olhinhos... Com seu sorriso... Lindo quando reclama, lindo quando fica sem saber o que dizer, lindo quando bagunça o cabelo, lindo enquanto fala, lindo...lindo... Você roubou a minha alma...
(silencio entre os dois.)
(beijam-se calorosamente
)




Texto: Fragmento de CACHORRO! de Jô Bilac (um pervertido textual)


Imagem: Escultura de Camille Claudel (um mártir do amor. Camil, louca de pedra, louca de entrega)


Colagem: Lita Sahun (sim, foi bem nesse espírito de exagero sacudido que eu acordei hoje. Logo cedo fui ao mercado com minha calça vermelha de paetês dourados, descalça nos pés e no tronco. No pescoço, cachecol, porque ainda faz um pouco de frio n'alma. Reparei que as pessoas me olharam por dentro e se assustaram. Eu ri. hahahahaha. Adoro a vida, o amor e a dor)

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