Ah... mas coitada da palavra!
Que mania de quererem que ela diga.
Que ela represente
Que ela explique o inexplicável
Que ela ressignifique o esvasiado
Que ela preencha o calado
Deixem-na muda, ora bolas!
Não diz nada, a pobre.
Quem diz é o sapiens
O grande homem
O sapiente...
E diz sem palavras, garanto
Sente, e, mudo, já diz
Caminha somente, e já vai
Anseia, e basta
Deseja, e pronto
É portanto, e fim.
Libertem-na então
E deixará, a palavra,
de dizer as mentiras que a impõem
de pontuar
de protagonizar verdades passageiras
de assinar
documentar
ofender
assassinar
Libertem-na então
Palavras não traduzem nada
Palavras são só poesia
2 de setembro de 2016
Palavras
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