4 de dezembro de 2014

Acordara e, antes do costumeiro espreguiçar, pensou no se... Se tivesse feito tudo diferente... Chegou a desejar que tudo retornasse como em um filme e pudesse ter uma atitude mais equilibrada, menos passional, mais desinteressada, menos cafona...
Nada mais cafona do que cobrar exclusividade na vida de alguém, nos pensamentos, no coração. Envergonhava-se do que havia se tornado. Amanheceu se conhecendo mais, se desejando como nunca antes desejara, mais madura e fiel a si mesma, a seu lado sensato.
Tocou-se, sentiu-se melada, masturbando-se inteira a alma. Gemidos contidos, intensos porém. Amou-se livremente e espreguiçou-se. Esticou os braços lembrando que teve algo de deslealdade, além da infidelidade, isso justificava algumas de suas lágrimas cafonas. Sorriu, sem opção. Alongou o pescoço e pensou que tudo bem. Estava tudo bem. Estalava alguns dedos revendo atos passados e teve vergonha de si e dos lamentos que fizera à lua. Levantou. Café bem quente. Mais pensamentos e a certeza besta e tardia de que a vida é abarrotada de prazeres. Amanheceu então só para parar de pensar, apenas levantar.

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