1 de outubro de 2008

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O mármore dessas escadas está gasto bem próximo ao corrimão e é bom sentir que cada vez que passo aqui contribuo nessa anti-evolução, nessa gastura, nesse decompor-se da pedra.
Um tempo que se esvai em chuvas de verão, ou em flores de primavera chorona... tempo que não volta assim tão fácil, volta difícil no filme do pensar, do olhar pra trás.
Cheiro de adolescência, já que a vida quis assim! "Você me sorriu, lá se foi minha coragem".
Ah... aquele maldito frio de figurino que apertou start num coração que explode de barulho e pow!
O que me sobra de paixão e inspiração, me falta de resto então.
Um gato que peludo descansa branco na minha cama anuncia o demais, o mais, o além e vai.
Feliz até demais, algo de se desconfiar, sigo de sapatilhas nas pontas de cuidado com a fera que dorme. Ela que berra e se lembrada, pow!
Mas que belezura aí pelo mundo... Quem acredita que partida? Carrega-se a fera, devora-se a si mesma... e sorri. Que beleza de mulher!
Mas que belezura aí pelo mundo... Quem acredita? Denuncia-se ao subir com essa frequenciazinha as escadas gastas de pedra e corrimão, sorrizão.
Rega as rosinhas do jardim, depois de arrancar, dedinhos, cada um daqueles espinhos que nascem escondidinhos sem fim, que vem e vem.
Um barquinho se aproxima antes que se possa fechar olhinhos de dormir. Hummm espreguiça-se menina e fim.

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