18 de outubro de 2016

Ah o poder! Tão demodê! 
A cadelinha daqui de casa está acima do peso, e a solução que encontrei foi caminhar por algumas quadras, todos os dias, com ela. Mas, por mais que eu tente evitar, começo a refletir a respeito da coisa em si, a cada puxadinha na coleira. Lá estava eu, caminhando com meu "pet", e um constrangimento me tomou. Senti-me como o maridão regulando a mulher, dele. Senti-me, sorrindo e feliz, em uma fotografia ao lado de um tigre dopado. Vi-me levando as crianças a um zoológico, no sabadão. Ou filmando um peixe se debatendo no anzol. Senti-me na frente de um bife sangrando. Senti-me poluindo. Desmatando. Senti-me enquadrada. Totalmente alienada pela ilusão do poder. Lá estava eu, passeando com meu pet. Um lindo retrato da domesticação.

"Os animais existem por suas próprias razões. Eles não foram feitos para humanos, assim como negros não foram feitos para brancos ou mulheres para os homens." Alice Walker 

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