25 de setembro de 2016

Era um escritor que não dizia mais, não escrevia. Descobrira que não tinha as respostas das suas questões, e que jamais pudera responder a nenhum questionamento de outrem. Decidira então escrever em silêncio até que pudesse dizer algo com suas palavras. Algo que realmente fosse dizível. Algo que realmente falasse, esmiuçasse o que há de resposta nas perguntas. Estava em pleno silêncio do jamais dizer, do não escrever, do somente ouvir, do meramente ser. Ser. Enquanto caiam os pingos da chuva. E a chuva se foi. E os dias se puseram. E as noites adentraram...
Os textos passavam por si em desalento, ele não os tomava. Orações, frases, palavras das grandes, pequenas palavras... Por fim, viu algumas letras passando e poucas expressões de alívio exclamativo... Nada pegava pra si. Nada o tomava. Esteve o escritor no mais puro silêncio da escrita muda.

#litasahun
#litapoesia

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