Então tá, me comprometo... E essas decisões não vêm assim facilmente, não caem do céu. Mas vêm!
Eu me comprometo! Sim me comprometo a cuidar da arte no que me couber. Me comprometo a não vender meu diamante, que é duro. É duro comigo, me faz chorar. Cobro, mas não vendo. Não vendo!
Me comprometo a pensar, todo dia ao acordar, no peso da arte, no seu brilho, que não vem da superfície. Me comprometo!
Me comprometo a não só olhar. Me comprometo a ver.
Arte não é amor, não é profissão, não é respeito. Arte é tudo isso e mais além. Arte não é teatro, não é literatura. Não, não é. Dança não é. E cinema não é. Os desenhos, o palhaço... A música não é, e a pintura... Tudo criado pelo homem, ora bolas. Homens tortos impulsionados por ela, essa coisa maior, descabida, ilimitada, sem propósito, louca. Arte não é nada. E só é tudo isso porque não é nada. E as maravilhas universais que já criou... E os pensamentos que já clareou... E os debates que já movimentou... As surpresas, a política, as lágrimas, as revoltas que decantou... fazem dela, a arte, essa entidade, que não é calma nem bravia. Observa a própria fama...ri.
De tudo o que a arte é, uma coisa ela não é: essa ilusão covarde que pintam. Essa ilusão cor-de-rosa ou plástica ou prática. De tudo que a arte é, de todas as todas as suas vísceras, posso dizer que uma mentira, ela não é.
Educar na ilusão é desonesto. Quando se trata de arte, é vil. Quando se trata de criança, é desumano.
Não tenho as respostas! Não sei o que é arte. Só sei o que não é arte.
Um monte de coisa não é arte! Um monte de teatro não é teatro. Não, não é arte. Digo e repito que não é arte. Já passei por elas, já ganhei delas, mas digo e posso gritar: não é arte. Já comprei tantas ilusões, e todas joguei fora.
Me comprometo hoje e sempre a não vendê-las jamais... não espalhar por aí, qualquer coisa que não seja arte.
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