12 de abril de 2015

Sem forçar a calma
Mas respirar
E quando damos ao tempo o tempo
Algo há de se ajeitar
Tudo o mais há de se equilibrar
O tempo sabe esperar
Pro paladar sentir
Tem de a boca mastigar

Sem forçar a barra
Só se lembrar
Que o senhor do tempo 
Não vai te agradar
Seu cafuné é bruto
Mas é de encaixar
E o olho que quer ver
Aprende a olhar

Sem puxar a corda
Aprender a guiar
As horas levam a música
Já sabem dançar
Quando o tempo é quente
O tato já sente
Quando o tato é frio
O tempo é rio

Sem correr nem parar
O tempo é fluxo
Ouve o som do natural
Movimenta o bem
Transforma o mal
Barulho quem tem
Acha que é normal
Mas o som do tempo
É um sopro abismal

Sem apressar a alma
Ou atrasar o pensamento
Seguir o vento
No sentido do tempo
O olfato do fato
Não prende o ar
É de sentir seu cheiro
É de se perfumar
O tempo se sente
É de se respirar

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