17 de dezembro de 2009

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Quem é você?
Amo-te assim por ser tão cistinúria
De onde vem?
Nos sabemos amigas?
Que hábito estranho esse de filtrar meu sangue poluído pela modernidade enlatada.
Desordem entre nossos corpos
Pedras em nosso caminho, agulhas em mim
Sou lésbica de ti assim por completa e presa na cama branca de nós duas
Amo-te, amada, por tudo o que me ensinaste, pelo castigo que me concebeste, pela dor que me causaste
Amo-te, amada, por não entender-te, mas querer-te sempre em mim nessa disciplina que me impuseste.
Amo-te por todo esse supositório que me entope
Amo-te por ser crônica e renal
Quem é você? Deus? Resquícios em forma de chibata!
Amo-te sempre que me condena, que me interna...
Amo-te assim, sem diálogo, quando me lidera
Amo-te por odiar-te
Odeio-te por não conhecer-te
Passo então a amar-te em tanto mistério que me intriga
Sou seu ponto de interrogação
És meu ponto final e em ti encontro o passado obsoleto, afogado e desacordado de mim.

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