31 de outubro de 2009

também que há de ser

Se eu pudesse, por um instante ou vários deles, abrir os olhos da alma e te enxergar, como realmente te apresentas no infinito, quem sabe assim eu saberia se minha alma é do teu espírito livre, se tua alma é minha liberdade... aí então eu tocaria a campainha do teu peito e te diria sobre a dó que eu tenho de nós, aqui nesse plano cheio de mágoas e colores, aqui nessa nossa babilouca que me deixa lônia.
Mas quando fecho os olhos, não te reconheço em espírito nem em vaga lembraça, não me lembro de mim ... É coisa nova, quiçá? Não sei dizer ainda, mas quando essa carne pensa na tua, quando meus sonhos procuram os teus, quando meu olfato lembra e se embreaga do teu caminhar, aí eu já não sei mais o que é certo e desisto de comer só alface.
Mas quando fecho os olhos, quando minha adrenalina te reconhece a matéria, aí eu já não sei mais o que é certo e desisto.
Mas quando eu fecho os olhos e minha boca tem sede da tua e se misturam dor carnal ao pedido de paz mundial, por um coletivo, pelo nosso transformar... aí eu já não sei e desisto.
Qual o objetivo do encontro de artistas senão pela transformação do mal em menos mal? Então qual o objetivo desse caminhar? Alimento do corpo? Ai, eu já não quero mais pensar...
Não há mais saída. Se não há evolução não há alma. Morre-me, morre-nos aquele meu desejo de largar tudo pra pegar. Largar tudo e mais um pouco por um quintal com córrego, uma horta e um movimento artístico. Longe! e perto da natureza.
Vamos fugir desse lugar, baby, tô cansado de esperar que você me careggae pr'onde eu possa plantar, meus amigos, meus discos e livros e nada mais, ouvindo mar de Itapoã, falar de amor... Quando eu te mostrar o céu que eu vi e pude acreditar no azul redondo da Terra, vais entender e acreditar também que há de ser, e será felicidade.

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