13 de julho de 2007

Ismália

É numa metamorfose desordenada
De uma borboleta apavorada
Que encontro abrigo

É no rito ocasional do amar
É no grito natural do mar
É no modo do garçom olhar
Que encontro desapontada o alfinete
que houvera se esquecido de furar
A poesia que houvera deixado de encantar
Um anjo que houvera se negado de voar

É num papo superficial
Num mergulho irreal
Num nada quase natural
Que encontro, acomodada, uma flor artificial

É no cheiro de chuva
É num morder de lábios
É no medo do escuro
É no banho gelado
Que encontro, extasiada, Ismália
que, quando enlouqueceu,
subiu ao céu e não mais desceu.

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